sexta-feira, 9 de setembro de 2011

casa

  
Retiro o lastro da casa,
suas raízes na terra,
corto as amarras, as cordas,
tudo o que pesa se esvai.
  
Deixo que a tarde
com seu ar azul,
inunde a casa de luz,
retiro dos quatro cantos
a dor acumulada,
as flores mortas
e então, livre de todo o peso,
o relógio bate apenas
as horas de alegria
e em volta da mesa
todos os que partiram,
os que ficaram,
entrelaçam as mãos.
   
A casa voa.
  
  
ROSEANA MURRAY

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