quarta-feira, 27 de junho de 2012

PRECE DA SOLUÇÃO



Tenho fé de que tudo está resolvido e perfeito no Universo.
A fonte da vida tem no Universo todo, soluções para mim.
Acredito de coração que tudo se renova, tudo recomeça, renasce, tudo avança.
Acredito de coração na imensa generosidade do Universo para comigo e para com todos.
Eu abro neste instante, as portas da confiança do meu coração à generosidade da vida.
Ao abrir as portas, a luz me aquece e a confiança brota. O resto é ilusão.
Tudo vem a mim na medida certa das minhas atitudes e minha atitude agora é de ternura.
Abro minhas mãos como quem solta o que prende.
Solto o passado que não me serve e o futuro ausente.
Abro minhas mãos para receber, mas abro minhas mãos para deixar ser.
Abro minha mente para ouvir, meu coração para sentir, meu colo para receber
Liberto minhas pernas para caminhar, minha garganta para expressar, meus olhos para ver, meus ouvidos para escutar, liberto minhas costas para não precisar carregar; me liberto do mundo para não escravizar. Não chamo para alcançar. Meu silêncio é a confiança que tudo é solução.
O Universo é o grande Pastor de toda ovelha, porque Deus aos homens se assemelha e cria neles a chance, o recomeço e a renovação.
Nada falta para nenhum filho. O Eterno Pai concede tudo na medida de cada um e a minha medida
agora é a generosidade com que perdoo o inimigo; o indivíduo que passou por mim e mostrou minha intolerância e as minhas limitações.
Liberto os outros do julgamento, os críticos do meu lamento; os agressores do meu sofrimento.
Liberto dos olhos dos outros, da boca alheia, do palco das mentiras, para ficar na minha verdade interior.
CALUNGA
Texto do livro Ideias Fortalecedoras

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quase sem querer










Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Sou tão tranquilo e tão contente.
Quantas chances desperdicei,
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira,
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos!
Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você.

RENATO RUSSO

quando o amor acontece




Coração
Sem perdão,
Diga fale por mim
Quem roubou toda a minha alegria
O amor me pegou,
Me pegou pra valer
Aí que a dor do querer,
Muda o tempo e a maré
Vendaval sobre o mar azul
Tantas vezes chorei,
Quase desesperei
E jurei nunca mais seus carinhos
Ninguém tira do amor,
Ninguém tira, pois é
Nem doutor nem pajé,
O que queima e seduz, enlouquece
O veneno da mulher
O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Ilusão
O meu coração marcado
Tinha um nome tatuado
Que ainda doía,
Pulsava só a solidão
O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Esquece sim
Quem mandou chegar tão perto
Se era certo um outro engano
Coração cigano
Agora eu choro assim

JOÃO BOSCO

domingo, 24 de junho de 2012

canção excêntrica


 

 

 

 

 

 








Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
protejo-me num abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre meu passo,
é distância perdida.

Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida.

CECÍLIA MEIRELES

os excluídos




Ao contrário do que o título desta crônica possa sugerir, não vou falar sobre aqueles que vivem à margem da sociedade, sem trabalho, sem estudo e sem comida. Quero fazer uma homenagem aos excluídos emocionais, os que vivem sem alguém para dar as mãos no cinema, os que vivem sem alguém para telefonar no final do dia, os que vivem sem alguém com quem enroscar os pés embaixo do cobertor. São igualmente famintos, carentes de um toque no cabelo, de um olhar admirado, de um beijo longo, sem pressa pra acabar.
A maioria deles são solteiros, os sem-namorado. Os que não têm com quem dividir a conta, não têm com quem dividir os problemas, com quem viajar no final de semana. É impossível ser feliz sozinho? Não, é muito possível, se isso é um desejo genuíno, uma vontade real, uma escolha. Mas se é uma fatalidade ao avesso - o amor esqueceu de acontecer - aí não tem jeito: faz falta um ombro, faz falta um corpo.
E há aqueles que têm amante, marido, esposa, rolo, caso, ficante, namorado, e ainda assim é um excluído. Porque já ultrapassou a fronteira da excitação inicial, entrou pra zona de rebaixamento, onde todos os dias são iguais, todos os abraços, banais, todas as cenas, previsíveis. Não são infelizes e nem se sentem abandonados. Eles possuem um relacionamento constante, alguém para acompanhá-los nas reuniões familiares, alguém para apresentar para o patrão nas festas da empresa. Eles não estão sós, tecnicamente falando. Mas a expulsão do mundo dos apaixonados se deu há muito. Perderam a carteirinha de sócios. Não são mais bem-vindos ao clube.

Como é que se sabe que é um excluído? Vejamos: você passa por um casal que está se beijando na rua - não um beijinho qualquer, mas um beijo indecente como tem que ser, que torna tudo em volta irrelevante - você inclusive. Se lhe bate uma saudade de um tempo que parece ter sido vivido antes de Cristo, se você sente uma fisgada na virilha e tem a impressão que um beijo assim é algo que jamais se repetirá em sua vida, se de certa forma este beijo que você assistiu lhe parece um ato de violência - porque lhe dói - então você está fora de combate, é um excluído.

A boa notícia: você não é um sem trabalho, sem estudo e sem comida - é apenas um sem-paixão. Sua exclusão pode ser temporária, não precisa ser fatal. Menos ponderação, menos acomodação, e olha só você atualizando sua carteirinha. O clube segue de portas abertas.
MARTHA MEDEIROS

sexta-feira, 8 de junho de 2012

a chama se apagou



A chama se apagou.
Por que não deveria se apagar ?
Sou alguém tão triste e tão cansada
de caminhar e não chegar a lugar nenhum.
Carrego em mim um medo tão grande,
uma imensidão de medos,
que fecho em meu coração
para aquilo que eu poderia viver.
Queria ter a coragem dos que amam.
Queria poder amar,
mas o amor tem um gosto que não provei,
tem o gosto doce da liberdade,
da vastidão do azul
o brilho de estrelas prata
que iluminam a noite,
tal como velas
queimando lentas até o amanhecer.
Permaneço, porém, presa,
acorrentada ao meu pequeno mundo medíocre
da onde eu jamais conseguirei sair.

CLÁUDIA MARCZAK

todos os dias



Penso em você todos os dias
às vezes mais, às vezes menos
algumas vezes nos pensamentos antes de adormecer
outras nas correrias do dia-a-dia
mas só para você saber, sempre penso
talvez mais do que eu tenho suportado
pois a ferida começa a arder, sufocar
não sei o que fazer com os beijos,
não sei o que fazer com os planos,
não sei o que fazer com as fotos,
não sei o que fazer com as poesias,
sopra um vento frio, queria que você viesse
queria mais um minuto nos seus olhos
queria te fitar de novo até adormecer
queria acordar mais uma vez no seu abraço
e fazer caretas com o guardanapo...
as coisas tolas são as que mais ficam,
o importante sempre é passageiro,
mas a gente nunca nota, não é?

Embora você tenha ido, arranjou um jeito de ficar.

CÁH MORANDI

domingo, 3 de junho de 2012

ai, quem me dera




Ai, quem me dera, terminasse a espera
E retornasse o canto simples e sem fim...
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse, enfim

Ai, quem me dera percorrer estrelas
Ter nascido anjo e ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor

Ah! Se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais

Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afins
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai, quem me dera ouvir o nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E finda a espera ouvir na primavera
Alguém chamar por mim...
VINÍCIUS DE MORAES

Por que será?



Por que será
Que eu ando triste por te adorar
Por que será
Que a vida insiste em se mostrar
Mais distraída dentro de um bar
Por que será
Por que será
Que o nosso assunto já se acabou
Por que será
Que o que era junto se separou
E o que era muito se definhou
Por que será
Eu quantas vezes me sento à mesa de algum lugar
Falando coisas só por falar
Adiando a hora de te encontrar
É muito triste quando se sente tudo morrer
E ainda existe o amor que mente para esconder
Que o amor presente não tem mais nada para dizer

VINÍCIUS DE MORAES

sábado, 2 de junho de 2012

almas gêmeas






Dizem que para o amor chegar não há dia, não há hora, nem momento marcado para acontecer. Ele vem de repente e se instala no mais sensível dos nossos órgãos, o coração.

Começo a acreditar que sim. Mas percebo também que pelo fato deste momento não ser determinado pelas pessoas, quando chega, quase sempre os sintomas são arrebatadores. Vira tudo às avessas e a bagunça feliz se faz instalada. Quando duas almas se encontram o que realça primeiro não é a aparência fisica, mas a semelhança d'almas. Elas se compreendem e sentem falta uma da outra.
Se entristecem por não terem se encontrado antes, afinal tudo poderia ser tão diferente. No entanto sabem que o caminho é este e que não haverá retorno para as suas pretensões. É como se elas falassem além das palavras, entendessem a tristeza do outro, a alegria, o desejo, mesmo estando em lugares diferentes. Quando almas afins se entrelaçam passam a sentir saudade uma da outra num processo contínuo de reaproximação até a consumação.

Almas que se encontram podem sofrer bastante também, pois muitas vezes tais encontros acontecem em momentos onde não mais podem extravasar toda a plenitude do amor que carregam, toda a alegria de amar e querer compartilhar a vida com o outro, toda a emoção contida à espera do encontro fatal.

Desejam coisas que se tornam quase impossíveis, mas que são tão simples de viver. Como ver o pôr-do-sol, caminhar por uma estrada com lindas árvores, ver a noite chegar, ir ao cinema e comer pipocas, rir e brincar, brigar às vezes, mas fazer as pazes com um jeitinho muito especial.

Amar e amar, muitas vezes sabendo que logo depois poderão estar juntas de novo sem que a despedida se faça presente. Porém muitas vezes elas se encontram em um tempo e em um espaço diferentes do que suas realidades possam permitir.

Mas depois que se encontram ficam marcadas, tatuadas e ainda que nunca venham a caminhar para sempre juntas, elas jamais conseguirão se separar. E o mais importante: terão de se encontrar em algum lugar.

Almas que se encontram jamais se sentirão sozinhas porquanto entenderão, por si só, a infinita necessidade que têm uma da outra para toda a eternidade...

EDSON PESSEL

Chorar é lindo




Chorar é lindo, pois cada lágrima na face
são palavras ditas de um sentimento calado.

Pessoas que mais amamos, são as que mais magoamos
porque queremos que sejam perfeitas,
e esquecemos que são apenas seres humanos.

Nunca diga que esqueceu alguma pessoa, ou um amor.
Diga apenas que consegue falar neles sem chorar,
porque qualquer amor por mais simples que seja,
será sempre inesquecível...

As lágrimas não doem...
O que dói são os motivos que as fazem caírem!
Não deixe de acreditar no amor,
mas certifique-se de estar entregando seu coração
para alguém que dê valor

aos mesmos sentimentos que você dá,
manifeste suas ideias e planos,
para saber se vocês combinam,
e certifique-se de que quando estão juntos
aquele abraço vale mais que qualquer palavra...

MÁRIO QUINTANA