certos dias me sinto dilema, quase um teorema... noutros, porém, me sinto poema!
sábado, 20 de agosto de 2011
poema XXXIV
Pensei que morria
ao ver turva a vontade
ao ter na boca a secura da ausência
ao perder as verdades
Pensei que nada seria
Louco, pensei que um dia sequer
haveria depois da partida
Pensei tantas mortes ...
Debruçado sobre o pensamento
eu nada escutava,
nem a voz do silêncio que dizia
que horas de agonia são grãos
que devem secar, como lágrimas
como sonhos que escorrem das mãos
Pensei que chegaria o momento de tudo ter um fim
Mas, não! A dor da saudade não tem fim ...
Passadas horas ou milênios
a dor do amor verdadeiro dói por inteiro
assim como o oceano que invade cidades
Não há lares sem ti
Não há luares sem ti
Não há lugares sem ti
E qualquer olhar se perderá no vazio
no vago infinito em que se entornou a vida
depois que te perdi
MAURO VERAS, do livro O chantili com porcelana e a distância dela (obra literária sob registro ISBN 87-7325, CDO – 027.0, Ed. Sette Letras. Poesia Brasileira, previsto para 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário